![]() >crocodilo em um ambiente intacto de mangue e angiospermas marinhas. |

>nos Jardines de la Reina.
>Os Jardines de la Reina tem algumas coisas a seu favor. O arquipélago está situado a 60 milhas ao sul da costa central de Cuba próxima da cidade de Jucaro, que fica por si só a seis horas de ônibus de Havana (Eu não sou um gênio da ciência política, mas me ocorreu que se nos últimos 50 anos você não quisesse que os seus cidadãos pilotassem seus barcos por 90 milhas até Key West, você provavelmente não permitiria que eles tivessem combustível suficiente para ir pescar em um lugar que envolve uma viagem de ida e volta de 120 milhas). Talvez ainda mais importante, os Jardines de la Reina eram o local preferido de pesca e mergulho de Fidel Castro, e ele não queria vê-lo sem peixes. A pesca era desencorajada mesmo antes da área ser oficialmente uma reserve marinha.
>De acordo com o grupo EcoWatch, que entrevistou Castro sobre o assunto em 2014, ele considerava a conservação marinha importante para Cuba. "Castro nos disse que ele havia praticado pesca sub e mergulho no recife extraordinário (Jardines de la Reina) em todas as suas 60 milhas de extensão…ele também nos contou de sua evolução pessoal como um ambientalista. No início ele era um ávido pescador de marlim e caçador sub que matava várias espécies marinhas no recife, assumindo que os oceanos eram infinitos e nunca poderiam ser esgotados,…então ele se encontrou com o conservacionista marinho Jacques Cousteau. Aquele encontro ajudou a transformar Castro em um ambientalista dedicado. Ele se empenhou em preservar 25 por cento das águas cubanas da pesca extrativista como reservas marinhas, enquanto os EUA ficam para trás, preservando menos de 2 por cento de suas águas costeiras."
![]() |
>New York Times observou em um artigo de 14 de julho de 2015, os EUA e Cuba são dois países cujos ecossistemas estão intimamente interconectados, os sucessos ou erros ambientais de um afetam a saúde e a produtividade do outro. "
>"Quando você tem duas áreas que estão a 90 milhas de distância uma da outra, não apenas é possível como é provável que um número considerável de ovos e larvas estejam se deslocando entre recifes cubanos e americanos," Jake Kritzer, um especialista em oceano e pesca no Environmental Defense Fund, disse ao New York Times.
>Jorge Angulo-Valdés, um cientista do Centro para Pesquisa Marinha da Universidade de Havana, também observou, "Nossos dois países estão conectados por água, e peixes e outros organismos se deslocam livremente por ela. Eles não precisam de um visto para vir para baixo ou ir para cima"
>Um estudo do biólogo marinho Fabián Pina Amargós, diretor do Centro Cubano para a Pesquisa de Ecossistemas Costeiros, descobriu que populações de peixes aumentaram 30 por cento desde o estabelecimento das reservas, e populações de tubarões são 10 vezes maiores dentro da zona protegida do que nas águas fora dela.
>Agora que eu visitei os Jardines de la Reina eu posso rever minha avaliação sobre o mergulho em Cuba. Com uma impressionante densidade de vida marinha e recifes de coral intocados, "impressionado" é o termo mais adequado.
>Como parte de nosso programa vistamos Havana, o que valeu a viagem no mínimo por termos visto as pessoas, a arquitetura e os carros de Detroit de 1950 que ainda dominam as estradas. Tendo crescido em uma era em que quando criança eu era capaz de nomear cada carro na Estrada, fosse DeSoto, Studebaker, Ford, Plymouth ou Chevrolet, Havana foi impressionante. Para a infinita fascinação de turistas americanos de uma certa idade, a cidade estava cheia de carros dos sonhos de uma época antes de eu poder dirigir. Os baby boomers em nosso ônibus gritavam "'57 Bel Air," "'58 T-Bird," "'52 Buick," "'56 Fairlane!". Minha filha de 23 anos não compartilhava de nosso entusiasmo por carros antigos, mas mesmo ela sabia que essa era uma situação singular no mundo – resultado de cinco décadas de embargo que forçou os cubanos a serem engenhosos e a terem respeito por seus carros. Havia muito a ser apreciado em Havana; eu não acredito que você possa visitá-la e não ficar impressionado com a cultura, a história e a boa comida.
![]() |
>Os Jardines de la Reina são um grupo de 250 ilhas de coral e mangues a 60 milhas da costa, então somando nosso tempo de viagem a partir de Havana e a viagem de barco até os pontos de mergulho, o primeiro dia seria totalmente dedicado à viagem. Uma vez em nosso liveaboard nós rapidamente partimos para o mar, desfrutando do almoço e do que se tornaria nossa paixão coletiva durante a semana: mojitos – uma mistura de rum branco, suco de limão, açúcar, água com gás e hortelã esmagado. Nós ficamos felizes de aproveitar um drink ou três, já que não iríamos mergulhar naquele dia.
>Nós não tivemos tubarões pululando ao redor de nós como naquele vídeo. Podíamos ver quatro ou cinco em um mergulho, e ocasionalmente eles chegavam próximo o suficiente para uma boa foto. A tripulação percebeu o quão entusiasmados ficávamos todos quando a foto de um tubarão aparecia na revisão de imagens noturna, e eventualmente o diretor do cruzeiro perguntou a nossa opinião sobre colocar uma caixa de isca na água. Ele garantiu que seria uma coisa discreta – mais um mergulho "com cheiro" do que um mergulho "com isca". Os divemasters não estariam usando luvas de malha de aço e efetivamente alimentando os tubarões. Nós nos importaríamos? Nós garantimos a ele que ficaríamos muito felizes.
>A caixa de isca foi transformacional em proporcionar encontros próximos com os tubarões-bico-fino. Eles circulavam a caixa constantemente, e os mergulhadores que não tinham interesse em fotografias de tubarões continuavam com um mergulho relaxante em um maravilhoso recife de corais. Os mergulhadores que estavam interessados em se aproximar dos tubarões podiam ter muitos encontros próximos nesses mergulhos perfumados. Éramos consistentemente recompensados com lindos retratos ambientais de tubarões e recifes de coral. No final das contas, a ação com esses tubarões no recife foi muito suave.
>Não utilizávamos a caixa de isca em todos os mergulhos. Foi tão produtivo no início da viagem que tendemos a nos concentrar em outros assuntos mais tarde na semana. Mas os tubarões estavam lá em quase todos os mergulhos. A maioria era tubarão-bico-fino (Carcharhinus perezii), mas um par de mergulhos intencionalmente contou com a presença de tubarões-lombo-preto (Carcharhinus falciformis).
>Enquanto o C. perezii é um tubarão recifal, o C. falciformis é habitante do mar aberto. De acordo com o sharksider.com: "[Tubarões-lombo-preto] tem um senso de audição extremamente aguçado. Isso é uma grande vantagem para localizar suas presas, que consistem principalmente de peixes ósseos (especialmente atuns), polvos, e lulas…Eles invadem juntos grandes grupos de peixes e os atacam com uma velocidade muito grande e bocas muito abertas. "
>Para encontrarmos os tubarões-lombo-preto navegamos com o motor em direção à oeste e mergulhamos em alguns cânions de corais profundos a 18-24 metros. A caixa de isca foi colocada à cerca de 3 metros abaixo do barco. Fizemos nosso mergulho, e então subimos até os 10 metros e vimos que os tubarões-lombo-preto haviam vindo para brincar. Provavelmente 12 ou 14 grandes tubarões nadando rapidamente, mas sempre de uma maneira controlada e deliberada. Eles aumentavam de intensidade quando pequenos pedaços de isca eram jogados na água, conforme eles corriam para reivindicar a sua parte. Mas nunca era frenético demais, e eu não me lembro de nenhum encontrão ou encontros desconfortáveis. Qualquer um que desejasse um encontro mais passive poderia ficar alguns metros afastado da caixa de isca. A combinação de águas muito claras e uma grande quantidade de tubarões tornaram este local o mais produtivo para tubarões-lombo-preto em que eu já mergulhei.
>Há uma área no mangue onde os operadores de mergulho ao longo de muitos anos desenvolveram uma relação com alguns crocodilos americanos (Crocodylus acutus) residentes. Menos agressivos do que os infames crocodilos do Nilo e Australianos, os crocodilos americanos são normalmente tímidos, mas não nos Jardines de la Reina. Quando chegamos próximo ao local os guias chamam um crocodilo conhecido "Ni,ño Niño!". Se for a hora certa do dia e se ele estiver a fim, ele normalmente nada para o barco. Quase todas as fotos de crocodilo que você viu recentemente em concursos de fotografia e revistas de mergulho são do Niño. Ele trabalha duro pelos pequenos pedaços de frango cru que recebe como recompensa, mas a popularidade dessas fotos não é apenas por que o animal é tão carismático, também é produto do segundo plano excepcional. Esse é um ambiente de águas claras absolutamente mágico (na maré alta pelo menos), com angiospermas marinhas abundantes abaixo e florestas de mangue acima. Se uma foto over/under com um crocodilo está na sua lista de desejos, pode não haver lugar melhor no planeta para consegui-la.
>O mergulho foi uniformemente excelente, e muitos pontos compartilhavam características comuns. Nós normalmente amarrávamos o barco a uma boia permanente e descíamos a um platô raso de 5 a 6 metros. Então haveria uma rampa, quase sempre até uma mini-parede que desceria a 18 ou 24 metros. Frequentemente havia saliências e recortes brilhantemente decorados com esponjas. Esse era um dos locais preferidos dos lambarus e tarpões. Em certos locais, como em Octopus Cave, cardumes gigantes de grunts, salemas e schoolmaster snapper se misturavam.
>Nós frequentemente víamos grandes badejos-quadrado e alguns meros-crioulo também. Pode ter sido apenas sorte, mas eu acredito que eles têm sido alimentados ao longo dos anos – sendo classicamente condicionados a associar o barulho de um barco a comida. Eles são residentes daquele recife e sempre otimistas. Embora nossa tripulação não os tenha alimentado, eles estavam muito atentos.

>bodiões-limpadores para uma remoção de parasitas.
>Houve muitos outros destaques durantes essa semana de mergulho
>verdadeiramente inspiradora. Eu tenho dificuldade em nomear recifes específicos porque eles foram todos muito bons. Eu posso dizer "neste uma tartaruga nadou comigo por 200 metros, um tubarão-bico-fino passou no meu ombro, e um cardume de salemas posou em simetria perfeita." Mas, francamente, isso pode ter ocorrido em qualquer mergulho. Ficamos acostumados com a extraordinária vida marinha caribenha, porém o que mais me impressionou foi a densidade da cobertura de coral.
>Nós não viajamos muito para norte ou sul ao longo dos Jardines de la Reina, que tem 120 km de extensão. Eu acredito que é porque os operadores conhecem bem os recifes. Embora liveaboards com uma área de alcance maior atualmente naveguem pelas águas, por muitos anos um hotel flutuante com pequenos botes de mergulho que iam a motor explorar apenas a área que eles podiam cobrir antes de voltar para o almoço ou jantar era a única maneira que os mergulhadores tinham de vivenciar os Jardines de la Reina. Os operadores descobriram os melhores, os cultivaram fazendo amizade com os tubarões e garoupas e continuaram voltando. Está tudo bem, porque o coral é excelente e não mostra sinais óbvios de impacto causado por mergulhadores. Foi tudo novo para nós. Mas deve haver inúmeros pontos de mergulho ainda a serem descobertos. Isso é razão suficiente para reservar uma viagem de volta para o "Caribe que o tempo esqueceu. " Excelente como está agora, eu tenho certeza de que continuará a evoluir como um destino de mergulho.
>Requerimentos de Entrada: Os visitantes devem ter um passaporte válido, um visto (que as operadoras de turismo normalmente podem obter para os viajantes), fundos suficientes para se sustentar, uma passagem aérea de volta, prova de seguro de saúde viagem e uma carta de verificação da agência que está organizando a viagem à Cuba. Podem pedir a carta na saída, embora não tenham nos pedido.
>Moeda e Cartões de Crédito: Você não poderá usar os seus cartões de crédito em Cuba. A maioria das despesas terá sido pré paga, mas você precisará de dinheiro para imprevistos e gorjetas. Traga apenas notas em perfeito estado, sem desgates ou danificadas. Eu tentei comprar um charuto Cohiba com uma nota de $50 dólares rasgada e fui recusado.
>Temperatura da Água e Condições de Mar: Jardines de la Reina é protegido da maior parte dos ventos fortes. Embora haja tempestades tropicais e furacões, o mar tende a ser calmo. A variabilidade sazonal ocorre na claridade da água. No inverno, quando a temperatura da água cai para 25 oC, a visibilidade chegar a mais de 30 metros. Quando estivemos lá em julho, a água estava a 29oC-30 oC e a visibilidade estava entre 15-27 metros.
>Correntes: Alguns pontos têm corrente, incluindo passagens entre as ilhas onde os canais aceleram o fluxo da mare´. Também há pontos sem corrente. Não tivemos nenhuma corrente durante nossa semana de mergulho. Esses profissionais de mergulho são muito habilidosos em apresentar oportunidades seguras de mergulho, e a maioria deles é guia há muitos anos. Embora esses pontos de mergulho sejam novos para americanos, canadenses e europeus tem mordiscado nosso fruto proibido há décadas.
>
>
>© Alert Diver — 4º Trimestre 2016